terça-feira, 2 de março de 2010

"Qual é o sentido da vida?"

Esta foi uma pergunta anônima feita em meu formspring, que me deixou algumas horas pensando, olhando para um espaço em branco, com um cursor a espera de meus dedos.

Confesso que na hora eu não tinha nada muito útil para escrever, mas a pergunta era boa. Talvez boa demais para ter uma resposta. Que graça teria para você, saber o sentido da vida? Tudo não seria mais óbvio?

Houve um tempo em que cheguei a beira da loucura, causada por uma doença. Eu não tinha controle sobre nada que passava pela minha cabeça, os pensamentos estavam mais acelerados, eu não conseguia acompanhá-los, pareciam viajar na velocidade da luz. Sentia uma ansiedade sem tamanho que me causava estados de inércia, eu não queria aceitar que estava ficando louca, mas sabia que não estava em meu estado normal. Cada pensamento era uma sensação diferente.

Dentre os milhares que passaram, um ficou. Interessante é não ter palavras para explicá-lo, é algo... que você precisa sentir para entender. Tinha uma pitada de eternidade, ciclo, física, química, tempo, alma, e outras coisas mescladas. Hoje em dia quando ele volta a rondar minha mente, sinto o mesmo frenezi, com menos intensidade.

O fato é que não existe uma verdade absoluta. Mas a grande maioria busca por ela, frequentando igrejas, templos, mudando seus hábitos, costumes, fazendo promessas, acreditando em uma força maior e divina que os guia, os protege, os ensina.

Me desculpe a sinceridade, mas na minha opinião, pessoas que se agarram a tudo isso, acreditando que existe um Deus que os suportará quando eles cairem, não são fortes o suficiente para permanecer de pé. Mas este é assunto para outro post.

Talvez a vida não tenha sentido. É duro aceitar isso no começo, "não ter sentido", pode ser algo sem valor. Mas coisas maravilhosas surgem do acaso e posteriormente, adquirem algum significado.

Viver é algo que me conquista todos os dias, quero sempre mais. Não tenho interesse em saber por qual motivo eu estou aqui, acho que tudo se esclarecerá na hora certa, ou não.


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6 comentários:

  1. Ótimo texto Lia.
    O bom da vida é que não existe um sentido pre-estabelecido, somos os mestres da nossas vidas, e é cada uma que cria o sentido!

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  2. Obrigada thiago. É o que tento fazer, criar um sentido pra minha enquanto estou por aqui. =)

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  3. Será Lia? será mesmo que não existe um Deus? acho que a vida é complexa e perfeita demais pra ser explicada somente pela ciência e pelas coisas que conhecemos... mas realmente, isso é assunto p outro post! =D tudo que não faz sentido.. é muito mais interessante!

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  4. Como disse, achei genial o texto. É um ponto de vista muito interessante, que, só quem já pensou muito sobre esse assunto poderia chegar nestas "conclusões".
    Acho que muita gente(que não são maioria) reflete bastante sobre isso, e esse texto expressa exatamente estes pensamentos de uma forma muito objetiva.
    Parabéns mesmo! =]

    Rapha, Kurtinhu.

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  5. Muito bom esse texto, como também o blog inteiro. Pra dar o meu pitaco sobre o tema, penso que essa história de "sentido" é um atributo humano. Quando se constata que a vida precede a própria existência do homem, estamos diante de um caso clássico em que a carroça foi colocada adiante dos bois. Por isso, o tal "sentido" pressupõe um deus em quem se agarrar. Sem ele, nenhum sentido é permitido. Abs. F.

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  6. Obrigada Kurtinho e Fn pelo comentário de ambos. Percebo que não estou sozinha com esses pensamentos que parecem fazer "sentido".
    Abraços

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